quarta-feira, 29 de abril de 2009

Sobre o Glúten


Achei duas reportagens que falam sobre o glúten, bem interessante, talvez alguns até já tenham lido, mas achei legal colocar aqui pra vocês. A Revista Época acha que pode ser meio modismo, já o segundo artigo, de um outro jornal, defende a não ingestão de glúten. Ambos estão aí para vocês!

REVISTA ÉPOCA:

Por que a proteína presente naturalmente no trigo é acusada de ser o mais novo inimigo da saúde?

Pão quentinho, pizza crocante, bolo de chocolate. Esses prazeres corriqueiros são um perigo para a saúde de um grupo de pessoas: os portadores de doença celíaca, distúrbio genético que prejudica o funcionamento do intestino delgado e a absorção de nutrientes. Essas pessoas têm intolerância ao glúten, proteína presente no trigo, no centeio, na aveia, no malte e na cevada. Caso o celíaco não evite alimentos com a substância, poderá sofrer desde desconfortos gastrintestinais até doenças graves, como osteoporose e câncer de intestino. Isso é conhecido pela medicina e pelos consumidores há muitas décadas. Mas nos últimos meses o glúten vem sendo acusado de fazer mal a uma parcela muito maior da população.

Nos Estados Unidos, ele tem sido apontado como deflagrador de problemas em pessoas que nunca tiveram a intolerância à proteína constatada por exames. Alergias de pele? Dor de estômago? Infertilidade? Depressão? Culpa do glúten, acreditam muitos americanos. Alguns pacientes dizem que bastou excluir a proteína da dieta e os problemas desapareceram. Até que ponto a acusação faz sentido?

Não há como negar o efeito negativo do glúten sobre os celíacos. Ele contém uma substância tóxica chamada gliadina, que desencadeia os sintomas em quem já nasce com uma predisposição genética ao distúrbio. No Brasil, estima-se que uma em cada 600 pessoas seja celíaca. Com deficiência de nutrientes e baixa imunidade, o organismo pode apresentar problemas como alergias, infertilidade, ansiedade e até mesmo depressão. A ligação do glúten com essas doenças faz sentido no caso dos celíacos. Mas muitos dos mecanismos de ação ainda são desconhecidos pelos médicos. O que não faz sentido para a maioria dos especialistas é acusar o glúten de ser a causa desses problemas em pessoas que não são intolerantes a ele.

A constatação de intolerância ao glúten é feita por meio de um exame de sangue específico. Depois, é confirmada por biópsia. O paciente é submetido a uma endoscopia e com uma pinça, o médico retira fragmentos do intestino delgado. Se nesses fragmentos forem encontradas alterações que impeçam a absorção de nutrientes, o glúten deve ser evitado. Nos Estados Unidos, estudos parciais apontavam uma possível alergia temporária ao glúten. "Mas os trabalhos não são consistentes", diz a gastrenterologista infantil Maraci Rodrigues, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Algumas pessoas têm alergia ao glúten. Ela não é temporária. Sempre que a proteína é ingerida, o organismo reage com vermelhidões na pele, diarréia, vômito. Em casos graves, a respiração pode ser interrompida.

O glúten não é um nutriente essencial para a saúde. Os consumidores podem muito bem viver sem ele, resistindo a alguns prazeres. "A pessoa precisa estar disposta a abrir mão de uma cervejinha gelada", diz o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia.

A vida sem glúten também é mais cara. Um pacote de macarrão sem glúten, por exemplo, custa 50% a mais que o produto convencional. Esse é um mercado em expansão. Nos Estados Unidos, produtos livres de glúten movimentavam cerca de US$ 200 milhões no começo da década. A estimativa para 2010 é que as vendas alcancem US$ 1,7 bilhão.

No Brasil, as alternativas para quem não pode - ou não quer - ingerir glúten aumentaram, embora ainda sejam restritas. Um exemplo é a rede americana de restaurantes Outback Steakhouse. Ela é uma das poucas que oferecem no cardápio opções de pratos sem glúten. "É uma política internacional da empresa", diz a gerente de Comunicação, Elen Cunha. Um dos itens mais procurados é um brownie de chocolate sem farinha. Segundo a empresa, outros pratos podem ser preparados sem a proteína. Basta o cliente pedir. Mas a razão para banir o glúten da dieta é apenas quando os médicos indicam e exames comprovem que ele é a raiz dos problemas. 

O que se sabe sobre os efeitos do glúten?
Ele é a principal proteína do trigo. É encontrado também no centeio, na cevada, no malte e na aveia. Contém uma substância que, em algumas pessoas, pode desencadear dois problemas

Alergia alimentar
O que éConsequências
Surge quando o organismo é sensível ao glúten. A alergia é semelhante à provocada em algumas pessoas por outros alimentos, como leite, chocolate ou camarãoA reação é imediata. Podem surgir vermelhidões na pele, gases, dores de estômago, diarréia, vômitos e até impossibilidade de respirar (edema de glote)
Doença celíaca
O que éConsequências
Distúrbio causado pela intolerância ao glúten. O corpo libera substâncias que danificam a mucosa do intestino. O órgão deixa de absorver os nutrientes dos alimentosSem nutrientes, o organismo enfraquece e perde imunidade. Podem ocorrer diarréia, emagrecimento, dores de estômago, anemia, coceira e bolhas na pele
Outros danos possíveis
• Manchas nos dentes
• Osteoporose
• Aborto espontâneo
• Infertilidade
• Convulsões
• Ansiedade
• Depressão
A Polêmica
Os cientistas reconhecem a possível relação do glúten com esses problemas.
Mas não sabem como ele poderia causar os danos. Segundo o conhecimento atual, esses males podem ocorrer apenas nas pessoas que sofrem de doença celíaca. Há suspeitas de que possam atingir uma parcela maior dos consumidores.


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JORNAL CONVERSA PESSOAL:
Glúten provoca diversas complicações

O inimigo de quem busca uma vida saudável está no pão, no bolo ou na cerveja. É o Glúten – uma substância encontrada no trigo, no centeio, na aveia e na cevada. Segundo médicos e especialistas, ao chegar no intestino o glúten transforma-se em uma espécie de cola grudando nas paredes intestinais. Com o passar do tempo, provoca saturação do aparelho digestivo, aumento da gordura na região do abdome, dores articulares, alergias cutâneas e depressão.

Muito desses problemas de saúde são em decorrência na mudança de cardápio dos brasileiros que passaram a comer em excesso alimentos ricos em glúten como pães, biscoitos, macarrão e bolos. Hoje até queijos embutidos vem com a substância. A nutróloga Clara do Brandão, do Ministério da Saúde, alerta para a criação de uma soberania alimentar. “Mandioca, milho e arroz no lugar do trigo importado, que faz tanto mal a saúde”, disse. 

O corpo responde de diversas maneiras: obesidade, síndrome de resistência à insulina, deficiência de cálcio, alergias, diarréias e doenças auto-imunes. O nutrólogo João Curvo conta que os chineses consideram o excesso de glúten sinal de má higiene interna já que o metabolismo emperra, favorecendo bactérias que gostam de calor e estagnação. 

A dieta sem glúten é moda nas academias pois o emagrecimento e a redução de gordura na área abdominal é comprovada. Muita gente está incluindo na alimentação pães de aipim e de milho, macarrão de arroz e cookies de soja. O nutricionista Leonardo Haus está recomendando a dessensibilização ao glúten. Trata de um período de três meses no qual não se pode comer os quatro cereais que contêm o glúten - trigo, centeio, cevada e aveia. “A idéia é uma reeducação alimentar. Você pode comer um pãozinho mas o excesso pode alterar todo o seu metabolismo, baixar a imunidade do organismo e levar doenças. Mas é bom lembrar que nem todo obeso tem essa intolerância alimentar”, explica. 

Intestino sem glúten produz serotonina e gera alegria, é a afirmação de especialistas da área nutricional. As dificuldades no começo da dieta podem aparecer, por isso uma boa dica para ter o sucesso esperado é a ingestão constante de frutas, que além de leves são nutritivas e de baixa caloria. Outro fator importante é procurar no mercado alimentos produzidos com boa qualidade. 

Pessoas alérgicas aos efeitos do glúten estão agindo de maneira mais radical e submetendo-se a colonterapia. Um procedimento de lavagem do intestino grosso que faz circular de 40 a 50 litros de água provocando uma limpeza geral. Um dado interessante: os alimentos em geral levam 18 horas da mastigação até a eliminação pelo reto. Alimento com o glúten leva 26 horas. Consumido em excesso vai retendo cada vez mais toxinas no organismo e promovendo a disbiose, que é a alteração da flora normal, com fermentação e retenção de líquidos. Podendo ocorrer uma série de doenças articulares, auto-imunes e depressão. Depois da colonterapia, o intestino volta a produzir o neurotransmissor da alegria – serotonima. 

Ainda existem casos que as pessoas tem uma intolerância genética ao glúten, os celíacos. Pesquisas indicam que um em cada 300 brasileiros são portadores da doença. O diagnóstico é difícil pois é uma doença pouco conhecida no Brasil. Se o glúten é estritamente proibido para os celíacos, as pessoas que não sofrem do problema não precisam ser tão radicais. Comer um pãozinho de vez em quando está liberado. 

Problemas relacionados ao consumo de glúten:
- Intolerância alimentar: o glúten é uma cola que adere as paredes intestinais e vai bloqueando o funcionamento do intestino. Os primeiros sintomas são intolerância alimentar, desconforto abdominal, gases e retenção de líquidos.
- Obesidade: Com o metabolismo lento não se processa devidamente os alimentos tendo como conseqüência o acúmulo de gordura abdominal. 
- Baixa imunidade: afeta o sistema imunológico favorecendo doenças auto-imunes. 
- Intoxicação e enxaqueca: o metabolismo estagnado dificulta a eliminação das toxinas elevando o risco de doenças como dores de cabeça e enxaquecas. 
- Açúcar: Como o glúten é aliado do açúcar, seqüestrador do cálcio, aumentam os riscos de osteoporose, cáries, ranger de dentes, insônia, hipertensão e colesterol alto. 



*Saiba mais sobre o Glúten:

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