sábado, 4 de abril de 2009

Chííí, meu bacalhau ficou salgado!

Comecei a dessalgar o bacalhau ontem à tarde. Coloquei os lindos filés em uma tigela grande cheia de água. Levei à geladeira, troquei a água a cada 3 horas. Quando fui deitar à meia noite de ontem, morrendo de sono, ainda tive ânimo para trocar a água. Eu, que fico imprestável quando o sono bate, ainda tive disposição para tanto. A idéia era fazer um bom bacalhau no forno para nosso almoço de sábado. Hoje cedo, antes de ir ao parque às 7 e meia, despejei a água na pia e coloquei no lugar 2 litros de leite, como manda o figurino (e o Carlos Cabral que me ensinou!). Lá pelas 11 e meia, tirei os filés do leite, deitei-os na assadeira, como se diz em Portugal, e experimentei um pedacinho do peixe. Estava completamente sem sal, a ponto de ficar tentado a colocar um pouco. Graças aos avisos, ou melhor, ameaças da Marlene, nossa hábil cozinheira, resolvi não “cometer essa loucura”.

Cortei 3 cebolas em 6 “gomos”, levei 8 batatas com casca ao microondas por 3 minutos, para começar a amaciar, e coloquei na assadeira junto com o peixe e a cebola. Salpiquei com azeitonas sem caroço e reguei com uma concha do leite em que ficou de molho. Por cima, uma generosa quantidade de um bom azeite português. Esporão Private Reserve “por filtrar”. Levei tudo ao forno pré-aquecido a 200 graus e em menos de 15 minutos o aroma do bacalhau “suando” no forno se sentia por toda a casa.

Escolhi o vinho, não me levem a mal, mas quis experimentar um Riesling Rippon 2005, da Nova Zelândia que acabara de comprar para provar. Os puristas reprovariam a escolha, mas acho que por ser um vinho de aromas cítricos e característica mineral, casou perfeitamente bem. Enfim, estava tudo pronto para ser um grande almoço, mas não foi. É que aos 40 minutos do segundo tempo aparece um amigo para almoçar.

Vocês já devem ter deparado com aquelas pessoas que chegam no churrasco e, quando está tudo pronto, querer dar o pitaco salvador. Pois foi o que aconteceu. Ele olhou para dentro do forno e me fitou com ar de reprovação: “mas vai ser cozido? Não vai ficar com crostinha?” Acho que foram essas perguntas que “mataram” meu pobre bacalhau. Tira a assadeira do forno, entorna o caldo (no sentido literal da expressão), aumenta a temperatura, desliga a convecção, liga o queimador de cima do forno e espera tostar. Depois de uns 10 minutos estava tudo lindo, batatas coradas, cebola com as pontinhas queimadas e o bacalhau do jeito que ele queria. Só que incomível de tão salgado que estava.

Imediatamente veio à cabeça aquela pergunta que todos nós nos fazemos quando o assunto são filhos: “onde foi que eu errei?”

Se alguém souber a resposta, comente, para salvar uma longa amizade!

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